quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Até tu, Mário?

Quando assumi a vaga na Câmara de Vereadores, em 1997, foi um importante momento do Governo Normélio, pois o processo eleitoral ainda burbulhava e os acordos que garantiram a vitória impossível do pleito tinham que ser cumpridos. Na época, o Poder Legislativo era composto por treze vereadores, dos quais o PMDB elegeu cinco, o PPB, hoje PP, dois, o PDT também elegeu dois vereadores, o PSDB compôs com um vereador e o antigo PFL garantiu três cadeiras, sendo uma delas do Dr. Mário Wolfart.

De imediato, logo após a posse dos vereadores, ocorreu a eleição da mesa diretora que conduziria a casa pelo período de dois anos. Como eu era novato e já estava guindado para ser secretário municipal, não participei de nenhuma tratativa para garantir a governabilidade do Normélio e eleger o presidente da Câmara Municipal, simplesmente recebemos o encaminhamento que deveríamos votar no Júlio do Prado – PFL, que era o acordo do Prefeito. Com discurso ético – que é a sua praia, o Jorge Pohl, que representava o PSDB, não concordou com o encaminhamento, arrematou outros colegas e a eleição do Júlio se deu por maioria, mas, garantindo mesmo assim, o bom relacionamento entre os poderes.

Iniciou-se o Governo da Frente Popular por Joaçaba, o Righi, eu e o Édinho viramos secretários, o PT com as guerreiras Silvana e Silvia iniciaram a elaboração do Orçamento Participativo e os aliados do PFL e PSDB com muita discrição abafavam as vozes do Tibico, do Valdir Souza e do Mamão que, acusando o Normélio de brincar de administrar, tornou-se o líder da oposição ao governo. Até aí tudo normal, o jogo sendo jogado e os interesses contentados.
 
Retornei para a Câmara em 1998, quando iniciei a convivência com o Dr. Mário Wolfart, colega vereador de postura reta, inteligência e raciocínio ímpar, com experiência legislativa e executiva de grande valia para todos nós que estávamos naquela legislatura. Embora sermos gremistas, tínhamos o divisor partidário que nos colocava em tribunas opostas, mas que nunca foi motivo para a falta de confiança ou respeito mútuo, mesmo porque o homem também era delegado de polícia.

No final do ano de 1998, tínhamos novamente a eleição para a mesa diretora da Câmara que teria um mandato de dois anos. O PSDB tinha engrossado suas fileiras com a filiação do Luiz Vastres e fechamos questão com os cinco votos do PMDB e dois do PSDB em torno do Aldo Dolzan, que sentiu a pressão dos acordos existentes e acabou abrindo mão para minha candidatura. Com todas as forças contrárias coloquei-me candidato depois de um gesto irreparável do Édinho, que exonerou-se do cargo de Secretário de Educação para retornar à Câmara e votar no candidato do PMDB, pois acreditávamos na matemática e como sabíamos que sete é mais que seis, nós ganharíamos a disputa e iniciaríamos um projeto de poder diferente do populismo que começava com intensidade proliferar nas bases em Joaçaba.

Fomos para votação e lembro da Câmara cheia e meus cabelos molhados da chuva que peguei em Santa Helena durante o final de tarde. O Júlio do Prado escrutinou os votos e o esperado aconteceu: Perdemos a batalha para o Valdir Souza. Saí abraçado com o Aldo tentando entender o óbvio e fomos dar risada madrugada adentro.

Passou-se quase quinze anos e o óbvio continua acontecendo na Cãmara de Joaçaba. Com a matemática a seu favor, o Dr. Mário também não foi eleito Presidente da Câmara por um voto faltante do seu partido que, na minha opinião, perdeu a grande oportunidade de registar nos anais da Câmara  páginas de sabedoria em prol do desenvolvimento de nossa terra. É lamentável, mas aqui em Joaçaba até o Mário foi traído!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

E agora, José?

Creio que foi providencial a correria que passei a semana, pois além de ir para Florianópolis em bate e volta estive por duas vezes tratando de questões da FATMA na região da AMAUC, percorri quase dois mil quilômetros em cinco dias, participei de algumas confraternizações e jantares que adentraram o horário e devido ao cansaço não consegui postar o texto aqui no blog que geralmente o faço de madrugada.

Digo que foi providencial porque eu havia planejado escrever sobre a Convenção Partidária realizada no dia 27 quando reelegemos o Professor Junqueira como Presidente da Excutiva Municipal do PMDB, mas que no decorrer da semana percebi que registrar somente aquele momento importante de nosso partido poderia ocultar os desafios que teremos nos próximos dias, face os interesses obscuros que cercam os integrantes da nossa agremiação aqui em Joaçaba.

Buscamos naquela oportunidade, reunidos em Convenção Municipal, a retomada da unidade do Partido com vistas ao fortalecimento da sigla para o embate eleitoral de 2012 e para tentarmos desmistificar  as chamadas “alas” ou correntes de forças dentro da sigla. Posso afirmar que o objetivo foi alcançado pois mantivemos os 60 membros do Diretório, não alteramos nenhuma função na Executiva e com sentimento de valorização e companherismo elegemos o Zé nosso Presidente, não de um grupo, mas daqueles que comprometem-se com a proposta desenvolvimentista que apresentaremos à sociedade e  para que ele também possa com a autoridade de dirigente partidário libertar-se das amarras em que se meteu -  comprometendo inclusive sua imagem junto aos companheiros e com segmentos da sociedade, tentando ajudar quem não quer ser ajudado.

O primeiro desafio do Junqueira como presidente reeleito será o cumprimento da decisão do Diretório Municipal, que no dia 28 de Julho acordou que os membros da sigla integrantes do Governo Municipal deixariam os cargos no dia 31 de Dezembro. A proposta foi acordada com todos, inclusive com os que ocupam tais funções, independente de possíveis coligações em 2012, e sabemos que nossos companheiros se obstinaram em fazer o que puderam, enquanto alguns continuam a fazer o que não devem. O segundo é a condução para a definição da candidatura majoritária que a passos largos rompe o tempo e aproxima-se com intensidade, onde terá o Zé que passar por cima de egos e interesses anticandidaturas, além de articular questões essenciais para a campanha, conciliando o mandato legislativo confiável ao povo e não aos detentores do poder.

Mal comparando, o PMDB é instalação elétrica com muitos fusíveis queimados por força invasora. Isso explica a penumbra e o Junqueira é o eletrecista que tem agora a tarefa de  fazer chegar a corrente genuína para gerar boa luz e interceptar a escuridão.

Como tenho plena confiança em nosso presidente, desejo coragem para que as demais virtudes não sucumbam na hora do perigo e que o PMDB, liderado por José Junqueira, seja o grande instrumento de mobilização popular e de retomada do desenvolvimento almejado pela sociedade Joaçabense.